segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Minhas considerações sobre o programa Mais Médicos.

Ninguém em sã consciência pode se opor  a disponibilidade de médicos, principalmente para a população mais carente e nos locais mais distantes.

Minhas restrições ao programa Mais Médicos são as seguintes:

1. O problema de saúde pública mais grave no Brasil é o da falta de saneamento básico. Crianças brincando com água de esgoto a céu aberto. O esgoto contaminando as fontes de água dos rios dos quais a população se utiliza para beber, lavar roupas, cozinhar, etc. O médico vai passar o tempo todo tratando verminose e outras doenças causadas pela falta de condições sanitárias.

2. Nos postos de saúde pública falta tudo. Não é só médico. Faltam equipamentos, faltam medicamentos etc. Por exemplo, o melhor ortopedista do mundo, trabalhando em um posto de saúde sem um aparelho de Raio X, sem infra estrutura hospitalar, sem equipamento, sem medicamentos, ao se deparar com um paciente que tenha tido uma fratura mais grave, não terá outra alternativas não ser encaminhar este paciente para uma região que tenha recursos.

3. O número de médicos sendo contratados no exterior não resolvem o problema, são apenas um paliativo. Qual é o programa do governo para aumentar o número de médicos brasileiros que se formam acada ano? O que estará pronto daqui a três anos quando o prazo contratual termina?

4.  A forma omo estes médicos estão sendo contratados fere a nossa legislação trabalhista e a nossa soberania nacional. De acordo com a nossa legislação trabalhos iguais devem ter remuneração igual. Isto não está acontecendo. Médicos cubanos recebem uma pequena fração do que médicos de outra nacionalidades e os brasileiros estão recebendo pelo mesmo trabalho.

5. Os médicos cubanos não estão sujeitos à nossa legislação, mas a de Cuba. Isto fere a nossa soberania.

6. Se a formação destes médicos é boa, qual o problema de se realizar a revalidação de seus diplomas através do revalida? A insistência do governo em não avaliar a capacitação técnica destes profissionais, é um forte indicio da má formação destes médicos.

7. Sem recursos, o trabalho que está sendo realizado por estes profissionais, poderia ser feito de forma eficaz por agentes de saúde brasileiros a um custo bem menor.

Na minha opinião este é um programa de eficácia duvidosa, e de caráter meramente eleitoreiro.

2 comentários:

Anônimo disse...

Precisar de atendimento em hospital público é para os fortes. Ali, diferentemente dos hospitais particulares maravilhosos em que Lula e companhia se tratam, você tem que ter forças para aguentar em primeiro lugar, o pouco caso, em ser somente mais um, nada diferenciado, apenas uma senha. Eles não se importam com sua situação, não oferecem carinho e dignidade. Você vai porque não tem opção, já sabendo que talvez não resolva nada. Fazem questão que seja um ambiente entediante, cansativo, que fique horas ali, resignado, sem ter a quem reclamar. Se quiser, é o que tem. Em primeiro atendimento, se não conseguem saber o que é, te dão encaminhamento, você vai ao posto de saúde de madrugada e a peregrinação segue. Afinal, médico é ali, exames em outro lugar, se vire, corra atrás, espere, fazer o quê. Passam-se meses, talvez anos e você indo de lá para cá, gasta sola de sapato, é tratado sempre com pouco caso por pessoas estressadas, cansadas, que acham que você é o culpado. É assim que funciona, ou seja, é assim que dizem que tem a tal da saúde, mas quem coordena esta porcaria, utiliza coisa bem melhor, então porque se preocupar com os outros? Só quem precisa sabe.

Eduardo Araújo disse...

Laguardia, aqui em Fortaleza, minha cidade, há alguns dias um posto de saúde foi assaltado por indivíduos armados. Entraram tranquilamente no recinto, deram voz de assalto e levaram celulares, bolsas, carteiras e até computadores.

Depois disso e até hoje, o posto se ressente da falta de médicos e outros profissionais que desde então não estão comparecendo ao trabalho com medo.

Estou citando esse exemplo para acrescentar mais um item contra o programa Mais Médicos. Como se o problema todo fosse falta de profissionais da saúde, até parece ...