domingo, 23 de maio de 2010

Pense Nisto

Brasileiro sempre teve mania de reclamar dos seus governantes

Reclamava dos administradores das Sesmarias e das Capitanias Hereditárias; dos governadores gerais e dos imperadores

Reclamava dos presidentes da Velha República e da República Velha, dos militares, de Sarney, de Collor, de Itamar, de FHC, de Lula...

Não reclamaram de Tancredo Neves porque morreu antes da posse!

Logo teremos novo presidente, novo governador, outros deputados... Ou os mesmos! Mas o povo vai continuar a reclamar. Sabe por quê?

Porque o problema não está nos deputados, senadores, presidente, governador, prefeito, funcionário ...

O problema está naquele que reclama: você e eu; nós!

O problema está no brasileiro.

Afinal, o que se poderia esperar de um povo que sempre dá um jeitinho? Um povo que valoriza o esperto e não o sábio?

Um povo que aplaude o vencedor do Big Brother, mas não sabe o nome de uma escritor brasileiro?

Um povo que admira o pobre que fica rico da noite para o dia? Ri quando consegue puxar tv a cabo do vizinho?

O que esperar de um povo que não sabe o que é pontualidade? Joga lixo na rua e reclama pela sujeira? O que esperar de um povo que não valoriza a leitura

O que esperar de um povo que finge dormir quando um idoso entra no ônibus? Prioriza o carro ao pedestre?

O que dizer de um povo que reclama pra receber do governo livro didático gratuito para o filho(a) e não vê que esse aluno (a) deixa os livros todos os dias em casa e vai para a escola perturbar a aula e prejudicar os que querem realmente estudar e aprender?

O problema do Brasil não são os políticos; são os brasileiros!

Os políticos não se elegeram; fomos nós que votamos neles.

Político não faz concurso, ganha votos: o seu e o meu!

Pense Nisso!

Recebi este texto através de email. O autor é desconhecido. Comento:

Apesar de tudo isto ser parcialmente verdadeiro não podemos parar de nos indignarmos. Não podemos nos conformar e nos calarmos diante do erro, da falta de ética, da falta de honestidade, na falta de caráter, na mentira e na demagogia.

Me recuso a acreditar que todo o brasileiro age desta forma. Há muitos brasileiros honestos, que não compram DVD's pirata, que não fazem gato para roubar luz ou sinal de TV do vizinho.

Há muitos brasileiros que fazem questão de utilizar programas originais em seus computadores.

Apesar dos muitos defeitos que temos, devemos lutar para nos corrigirmos. Apesar de termos defeitos não podemos nem devemos compactuar com o que nossos políticos fazem.

Se nos silenciarmos estaremos provando que somos um povo que valoriza a esperteza, que gosta de passar o outro para traz, que admira a lei de Gerson (o brasileiro gosta de ganhar vantagem em tudo), um povo que acredita que os fins justificam os meios, um povo que acredita que todo o político é desonesto e que a vida é assim mesmo e que devemos nos aproveitar disto em benefício próprio.

Por isto digo que nossa luta pela ética e honestidade não termina com as eleições deste ano, seja quem for o eleito.

Vamos continuar clamando por justiça social, ética, honestidade, senso de moral, caráter e dignidade em nossas ações.

Um comentário:

Marc Aubert disse...

Não sou brasileiro porque nasci na Suiça em 1942 e vim para o Brasil em 1952. Estudei aqui, casei aqui e me acho tão brasileiro quanto os nascidos aqui. Sempre paguei meus impostos, nunca comprei produto pirata, nunca procurei seguir a lei de Gerson (coitado!) e por isso durmo com a consciencia tranquila. Não tenho o mínimo constrangimento de botar o dedo na ferida e reclamar dos desmandos de nossos governantes, mesmo quando me mandam calar a boca e voltar para meu país. Meu país é aqui, me acolheu com generosidade, e me acho no direito de comentar os erros. Não sou naturalizado pois acho que a legislação trata o brasileiro naturalizado como cidadão de segunda classe, com um único direito (?), votar nisso que aí está.
Acho que, infelizmente, o autor do texto anonimo tem uma boa parte de razão. A piramide social está corrompida da base ao topo e nossos governantes são um reflexo disso. Só com educação de verdade as coisas podem melhorar. Não tem nada melhor para enxotar os corruptos do que um povo que sabe ler e entender o que lê.
Moro junto a uma favela, onde tem gente trabalhadora, honesta e que faz de tudo para dar um futuro melhor para os filhos e também tem traficantes e ladrões. Só não existe a presença do Estado: não tem escola, não tem asistencia médica e nem segurança; assim não tem país que funcione.